O artista gráfico pernambucano Jayme Leão, mais conhecido pelas capas que ilustrou entre os anos 1970 e 1980 para a coleção infantojuvenil "Vagalume", da editora Ática, morreu, aos 68 anos, em São Paulo, vítima de complicações decorrentes de uma insuficiência renal.
Leão se recuperava de uma cirurgia neurológica pela qual passara no final de janeiro, após sofrer um traumatismo craniano devido a uma queda na escada de casa, no bairro do Mandaqui (zona norte de São Paulo).
Na ocasião, perdeu parte da memória, mas já vinha reconhecendo parentes e conseguindo ler quando, há uma semana, apresentou um quadro de desidratação e voltou da clínica de recuperação onde estava para o hospital Mandaqui.
Nascido no Recife, em 18 de março de 1945, mudou-se para o Rio na infância e, na juventude, instalou-se em São Paulo. Autodidata, sem cursar nem a escola primária, começou a trabalhar aos 15 anos para o jornal carioca "Liga", pertencente às Ligas Camponesas.
Em São Paulo, onde passou a viver em 1969 com a mulher e Lídice, fez ilustrações para "O Pasquim" e "Opinião", tendo ajudado a fundar o jornal "Movimento". Foi preso várias vezes e chegou a viver com a família no Chile. Nos anos 1970, passou a ilustrar para a "IstoÉ", a "Veja", a "Folha de S.Paulo" e o "Estado de S. Paulo".
Trabalhou por 12 anos na editora Ática, como ilustrador e editor de arte. Dessa fase, ficaram conhecidas suas capas de livros paradidáticos, especialmente as da coleção "Vagalume", da qual era um dos principais ilustradores.
São dele, entra outras, todas as capas dos volumes assinados por Marcos Rey na série, como "Mistério do Cinco Estrelas" e "Um Cadáver Ouve Rádio". Fez também capas de livros adultos, como "Malaguetas, Perus e Bacanaço", de João Antônio.
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