Se hoje tendemos a pensar em Drummond como um artista "eterno", ou pelo menos como um escritor que merece continuar sendo lido e relido, isso significa que de alguma forma ele se tornou menos "moderno"? As experiências que pareciam tão novas décadas atrás (e até escandalosas para os críticos mais conservadores) perderam sua capacidade de nos surpreender? Um dos traços marcantes da obra de Drummond é que ela desde cedo soube combinar as invenções modernistas com um grande domínio da forma poética e uma visão aguda dos dilemas humanos. Ou seja, desde seu primeiro livro, Alguma poesia, Drummond demonstrou que a escolha entre ser moderno e ser eterno era um falso dilema. E hoje, quando o chamamos de "clássico", isso não quer dizer que ele tenha deixado de ser um autor desafiador. Muitos dos poemas de Drummond botam em questão as características que ainda hoje diversas pessoas consideram definidoras do que é uma boa poesia.
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